Em um mundo onde a transcendência e os valores ancestrais se entrelaçam, a história de Olodunmare e a sagrada noz de cola nos convida a mergulhar em um universo repleto de simbolismos e lições eternas.
Este conto não é apenas uma narrativa mística; ele reflete profundas verdades sobre respeito, tradição e a conexão inquebrantável entre os seres humanos e o divino.
Ao adentrarmos nesse cenário espiritual, somos levados a ponderar sobre nossos próprios laços com o passado e o legado que desejamos perpetuar no futuro.
Olodunmare, o Deus Supremo, convocou os seres humanos a retornarem ao seu verdadeiro lar, ensinando que nem mesmo a morte pode apagar os feitos memoráveis de grandes personalidades.
No contexto espiritual do culto de Vodun, Orisa e Nkise, a noz de cola, conhecida como Obi, é um símbolo essencial, representando a oração celestial.
Este alimento sagrado é sempre consumido após preces, seguindo uma prática estabelecida por Orunmila, que revelou a origem da noz de cola.
Itan sobre Olodunmare e a Criação do Obi
A história começa quando Olodunmare percebeu disputas entre as divindades.
Para resolver isso, Ele convocou as quatro divindades mais equilibradas – Paz, Prosperidade, Concórdia e Aiye, a única divindade feminina.
Eles discutiram a perda de respeito dos mais jovens pelos mais velhos, contrariando a vontade do Deus Supremo.
Em busca de unanimidade e equilíbrio, todos rezaram pela restauração da harmonia.
Durante as preces, Olodunmare criou a noz de cola de um modo mágico, capturando as orações no ar e plantando-as na terra. Uma árvore brotou rapidamente, floresceu e frutificou.
Ao amadurecerem, as frutas caíram e foram levadas a Olodunmare por Aiye, que tentou prepará-las de várias formas, mas sem sucesso.
Outros também tentaram, sem êxito.
Elenini, a divindade do Obstáculo, assumiu a responsabilidade pelas frutas, partindo, limpando e armazenando as nozes, descobrindo que podiam ser comidas cruas.
Olodunmare decretou que as nozes, agora chamadas de Obi, deveriam ser consumidas primeiramente pelos mais velhos em qualquer reunião, sempre precedidas por preces.
Ele também afirmou que a árvore da noz de cola só cresceria em lugares onde houvesse respeito pelos mais velhos.
Reflexão
A história de Olodunmare e a noz de cola, Obi, vai muito além de uma simples lenda.
Ela encarna a essência do respeito mútuo, da harmonia entre gerações e da veneração aos mais velhos, elementos fundamentais em muitas culturas.
Este relato nos faz refletir sobre a importância de preservar tradições e honrar os ensinamentos dos nossos ancestrais.
Assim, ao resgatar esses valores, podemos encontrar não apenas a chave para uma coexistência pacífica, mas também uma fonte inesgotável de sabedoria e conexão espiritual.
Em um mundo em constante mudança, essa história é um lembrete atemporal da importância de mantermos vivos os legados e as crenças que nos definem.